O Aquário Urbano é um mural que envolve vários edifícios localizados no centro da cidade de São Paulo. O mural idealizado pelo artista de rua Felipe Yung, mais conhecido como Flip, conta com ajuda do produtor cultural Kleber Pagú para trazer o projeto à vida.

Com ajuda de Kleber Pagú, Flip quer bater o recorde no Guinness de maior mural do mundo. O projeto grandioso vai estar em 15 empenas de prédios diferentes, totalizando 10 mil metros quadrados de pintura.

Quer conhecer um pouco mais sobre o projeto e sobre as várias polêmicas após o início das pinturas? É só ler até o final do conteúdo que preparamos para você. 

O Aquário Urbano

O projeto grandioso de Flip e Kleber Pagú fica localizado no centro de São Paulo, bem perto do edifício Copan. Mesmo que ainda esteja incompleto, o mural trás vida para as empenas dos edifícios, tornando o centro da cidade em um mar de cores e vida.

O artista Flip tem há mais de 15 anos o sonho de tornar o prédio entre o edifício Itália e o Copan um novo cartão postal da cidade. Com a ajuda do produtor cultural Pagú, o artista foi incentivado a ampliar seu sonho, porque ele não precisava pintar apenas aquele prédio em específico.

Foi então que o sonho de pintar o prédio entre o Itália e o Copan se tornou no sonho de ser o maior mural do mundo.

E assim o local para o Aquário Urbano foi escolhido. Um local único na cidade com várias empenas viradas para o mesmo local. Ao fazer um giro em 360º, a pessoa que estiver passando por ali pode ter a sensação de estar dentro de um aquário.

Para o grandioso projeto, 15 edifícios foram escolhidos, todos eles localizados perto do cruzamento da Rua Major Sertório com a Rua Bento de Freitas. O projeto não tem um grande patrocinador, então depende unicamente de parcerias entre os artistas e a população.

A única ajuda mais significativa que o projeto recebeu foi da empresa de tintas Sherwin-Williams, que doou cerca de 1 milhão de reais em tintas para o projeto. Além disso, a empresa Mills e JLG ofereceram os guindastes e equipamentos de segurança para o artista, avaliado em torno de 500 mil reais.

Grande parte dos comércios na região se sentiram motivados a ajudar, o que torna o trabalho ainda mais importante para a cidade. 

Além de garantir arte para a população que transita pela cidade todos os dias, o envolvimento delas com a arte é importante. Esse envolvimento é essencial para aqueles artistas que vierem depois saberem que terão apoio da população.

Para o artista, a sua grande motivação é poder levar arte de forma gratuita para a população que transita pela cidade todos os dias. Há anos o artista vem estudando os animais aquáticos, e a água viva é um animal sempre presente no grande mural.

Com os estudos, o artista definiu o estilo que será aplicado no mural, com vários animais tanto dos mares quanto dos rios. Além de levar mais cor para a cidade, o projeto também visa chamar mais atenção para as questões do meio ambiente.

Para isso, além de mostrar os animais aquáticos com várias cores no grande mural, todas as latas de tinta usadas durante o projeto serão recicladas. Tudo de forma a contribuir, mesmo que de forma pequena, para a preservação ambiental.

A polêmica do Aquário Urbano

Como todos os prédios que vão fazer parte do Aquário Urbano são privados, é preciso obter autorização para as pinturas. Por exemplo, nos edifícios residenciais, é preciso obter autorização de todos os moradores, o que nem sempre é um trabalho fácil.

A polêmica começou quando a Dias Fernandes Administração e Participações Ltda. foi muito além de não autorizar a intervenção artística. A empresa é proprietária do edifício Renata Sampaio Ferreira e entrou na Justiça com um pedido de pagamento de multa e para que fosse feito um mandado de prisão para Pagú. Uma liminar foi feita pela Juíza Lúcia Caninéo Campanhã, que determina que a empena deve voltar a sua cor original. 

Além disso, deverá ser paga uma multa de 5 mil reais por dia que a pintura continuar no prédio e o pagamento de uma multa de 50 mil reais por dia se a obra continuar.

Pagú confirmou que não se questiona o direito à propriedade, mas a questão é que segundo ele, o direito da população sobre a cidade também deve ser garantido. Toda essa polêmica pode fazer com que haja um paredão bege se destacando no cenário marinho criado pelo artista Flip.

A única coisa que a empresa manifestou após o ocorrido foi que “É melhor deixar na cor original já que o prédio é tombado”. E essa declaração chega a ser até engraçada, considerando que a empena estava toda pichada antes da intervenção artística.

Mas mesmo com a polêmica, a obra para o grande mural continua, tornando o cinza da cidade de São Paulo em um mar de cores e vida.

Kleber Pagú

Kleber Pagú é o codinome do produtor cultural Kleber Barros Dias. O artista também é ativista, que busca trazer temas importantes à tona por meio da arte, líder do projeto Artivistas.

Além disso, Pagú é responsável, juntamente com sua esposa Fernanda Bueno, pela administração da empresa de gestão de projetos culturais Axé no Corre.

Pagú idealizou vários projetos, como o Etnias, que foi realizado pelo artista de rua Eduardo Kobra. O projeto entrou para o livro dos recordes de maior mural do mundo em 2016.

O mural do Kobra foi realizado no Rio de Janeiro, durante as Olimpíadas de 2016, com 15 metros de altura e 170 metros de comprimento.

Felipe Yung

Felipe Yung, mais conhecido como Flip, é um artista de rua de São Paulo, que ficou conhecido em várias partes do mundo com seu trabalho cheio de vida.

Flip realizou trabalhos em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Além disso, tem trabalhos espalhados por Madrid, Barcelona, Los Angeles, Londres, Moscou, Paris, Osaka e Tokyo.

Com influências que vão desde a cultura urbana até xilogravuras e caligrafia japonesa, o artista é um mestre na arte do graffiti.

Agora que você já sabe um pouco mais sobre o Aquário Urbano e sobre seus idealizadores, é só fazer um roteiro para conhecer esse projeto incrível.