Você já ouviu falar sobre a certificação LEED, e principalmente, porquê diversos edifícios estão se dedicando e buscando conquistar este selo?

Certificação LEED


Reconhecido internacionalmente, essa certificação vem se tornando muito popular especialmente nas grandes cidades devido ao aumento da preocupação em estabelecer ações sustentáveis para o meio ambiente.


Na prática, ela nada mais é do que um sistema de pontuação que certifica construções sustentáveis, os famosos “edifícios verdes” que se preocupam em ser eficientes e em funcionar com uma economia de custos.


Mas conquistá-la, contudo, não é uma tarefa tão simples.


A certificação LEED possui um sistema de classificação bem rígido, baseado em uma série de critérios que necessitam estar em ordem para que um edifício consiga este selo de sustentabilidade.


Por mais que seja um processo difícil, os benefícios de se obter essa certificação são vários, tanto para os próprios empresários quanto para os inquilinos que irão morar no local. Você sabe quais?


Neste texto, explicaremos tudo o que você precisa saber sobre a certificação LEED, assim como os critérios que são usados para avaliação e, principalmente, os benefícios de se morar em um edifício consagrado com este selo.


Para ajudá-los, separamos a seguir os tópicos que serão abordados ao longo do texto. Veja:


● O que é a Certificação LEED?

● Como funciona?

● Qual a importância da Certificação LEED?

● Como obter a Certificação LEED?


Vamos lá!


O que é a Certificação LEED?


A certificação LEED vem do termo em inglês Leadership in Energy and Environmental Design (Liderança em Energia e Design Ambiental). Ela nada mais é do que um sistema de certificação e orientação ambiental voltada para edifícios.


Criada em 1993 pela U.S Green Building Council, se tornou reconhecida internacionalmente por incentivar um modelo de construção mais sustentável, e hoje está presente em mais de 160 países.


Segundo a própria organização, a LEED se tornou o sistema de certificação de edifícios verdes mais utilizado no mundo, por fornecer toda a estrutura necessária para auxiliar o setor de construção civil a desenvolver prédios verdes saudáveis, eficientes e extremamente econômicos.


No Brasil, estes ideais começaram a ser adotados em 2006. Desde então, cada vez mais edifícios vêm buscando conquistar este selo com prédios inovadores e altamente sustentáveis.

Certificação LEED

Segundo dados divulgados pela GBC Brasil (Green Building Council Brasil), responsável por conceder este selo segundo os critérios estabelecidos pela organização, em 2018 o país tinha 1.345 registros, sendo 533 certificações espalhadas em 25 Estados brasileiros e no Distrito Federal.


Contudo, como dissemos acima, conquistar essa certificação não é uma tarefa fácil. Existem uma série de critérios, padrões e regras que são analisadas para que um edifício seja considerado sustentável.


Vamos entender mais sobre isso no próximo tópico!


Como funciona?


A certificação LEED funciona por meio de um sistema de pontuação. Ou seja, o edifício que está participando do processo deve atingir uma pontuação mínima exigida pela organização para conquistar o selo de sustentabilidade.

Certificação LEED


Na prática, são determinados uma série de critérios pré-estabelecidos que funcionam como uma espécie de check-list, todos relacionados à ações que contribuam para a sustentabilidade do edifício.


Como exemplo, sua última versão lançada, chamada de LEED v4, foca em três itens classificatórios: os materiais utilizados na construção e os impactos causados por seus componentes; a performance da edificação em relação à qualidade do ambiente interno para o inquilino; e a eficiência do uso da água considerando o consumo geral pelo edifício.


Essa é a regra geral utilizada pela LEED. Mas antes de aplicá-las, contudo, existem algumas normas que devem ser observadas.


A primeira delas é que existem quatro tipologias de certificações LEED. e o edifício precisa se enquadrar em uma delas de acordo com as características do empreendimento.


Uma vez definida, serão avaliadas as estratégias sustentáveis adotadas pelo local, ou seja, as categorias estabelecidas por cada tipologia. Cada uma delas possui seus pré-requisitos que devem somar uma quantidade mínima de pontos para que o prédio seja qualificado para conquistar seu selo de sustentabilidade, levando em conta as necessidades de cada tipo de empreendimento.


Ao final, a quantidade de pontos alcançados irá determinar quais dos quatro níveis de classificação do LEED o edifício ganhará: certificado (Certified), Prata (Silver), Ouro (Gold) ou Platina (Platinum).


Pode parecer confuso, mas não se preocupe, pois iremos explicar cada um desses itens nos próximos tópicos. Vamos lá!


Quais os tipos de certificações LEED?


Certificações LEED

De forma resumida, existem quatro tipos de certificação LEED: para Projeto e Construção de Edifícios; para Design e Construção de Interiores; para Operação e Manutenção de Edifícios Existentes; e para Desenvolvimento do Bairro.


Em cada uma delas, ainda podem ser aplicadas diversas categorias de avaliação de sustentabilidade que iremos explicar daqui a pouco. Antes, vamos entender as diferenças entre essas tipologias.


  1. LEED para Projeto e Construção de Edifícios (LEED BD+C)

Este primeiro tipo de certificação é voltado para a construção de edifícios que desejem conquistar a sustentabilidade de maneira holística. Ou seja, que busquem maximizar o conceito de sustentabilidade na prática da construção, de forma que todos os benefícios dessa prática sejam maximizados.


Ele pode ser aplicado em diversos tipos de construção, como por exemplo em hospedagens (hotéis e pousadas); unidades de saúde (hospitais); e edifícios voltados ao ensino (escolas e universidades).


   2. LEED para Design e Construção de Interiores (ID+C)

A certificação voltada para design e construção de interiores possui como foco proporcionar uma melhor experiência em locais com ambientes fechados. Seu objetivo é aperfeiçoar a qualidade de vida das pessoas, através de elementos sustentáveis que possam usufruir no dia a dia.


Alguns dos estabelecimentos que mais buscam essa tipologia são lojas comerciais e de varejo.


   3. LEED para Operação e Manutenção de Edifícios Existentes (LEED O+M)

Esta tipologia é voltada para edifícios já existentes, normalmente mais antigos e que consumam grande quantidade de água e energia, por exemplo. Seu objetivo é transformar a forma de operação destes imóveis, para que atuem de maneira mais sustentável.


Ela é muito usada por galpões e centros de distribuição, por exemplo, que armazenam grande quantidade de mercadorias ou quaisquer outros produtos. Quando aplicada, normalmente o cenário é completamente alterado de forma drástica, trazendo grandes resultados positivos.


   4. O LEED para Desenvolvimento do Bairro (LEED ND)

Por fim, o LEED para desenvolvimento do bairro possui o objetivo de incentivar ações que integrem os conceitos de sustentabilidade e inovação.


Quem nunca andou pelas grandes avenidas de São Paulo e se deparou com os famosos e enormes jardins verticais? Esses são ótimos exemplos de empresas que aderiram a esta tipologia, criando amplos espaços verdes para melhorar a qualidade de vida de seus moradores.


Mas além disso, existem outras famosas ações que podem ser adotadas para conquistar este selo, como a utilização de lâmpadas LED por gerarem um baixo consumo de energia, ou criando sistemas de reutilização de água para diminuir os gastos e desperdícios.


Uma vez que o edifício escolha o tipo de certificação que deseja conquistar, o segundo item extremamente importante para o funcionamento deste selo são as categorias de pontuação deste sistema.


Continue a leitura para descobrir quais são!


Quais as categorias avaliadas na certificação LEED?

Existem 7 categorias avaliadas pelas certificações LEED, cada uma delas reúne diferentes pontos técnicos e sociais que são avaliados no momento de concessão deste selo.


São elas: Localização e Transporte; Espaço Sustentável; Eficiência do uso da água; Energia e Atmosfera; Materiais e Recursos; Qualidade do Ambiente Interno; e Inovação.


Vamos ver as características de cada uma delas:


  1. Espaço Sustentável

A primeira categoria avalia o ambiente que envolve a construção, ou seja, as características do edifício criadas com o objetivo de valorizar e preservar o ecossistema e a sustentabilidade.

Certificações LEED

Na prática, um edifício terá uma boa nota nessa categoria se for construído com base em ideais como: prevenir a poluição ambiental no momento em que for construído; reduzir poluição sonora; incentivar o paisagismo regional; e maximizar espaços abertos como praças e terraços, por exemplo.

 

Certificações LEED

  2. Localização e Transporte


A categoria de localização e transporte pontua os edifícios construídos em locais de fácil acesso. Ou seja, que incentivem o transporte alternativo e a conexão com locais públicos como restaurantes e parques.


O principal benefício de se construir um edifício de fácil acesso por meio do transportes públicos é diminuir o uso dos automóveis, o que consequentemente contribuirá para a atmosfera e a qualidade do ar, com uma diminuição da poluição.


    3. Eficiência do uso da água

O grande princípio desta categoria é a “eficiência em primeiro lugar” para a conservação e racionamento da água.


Dessa forma, os edifícios que terão maior pontuação serão aqueles que se preocuparem com o uso racional da água de forma geral, tanto de uso interno quanto externo.


Como exemplo, o uso de cisternas para armazenar a água da chuva pode ser reaproveitado para o paisagismo e limpeza do local.


    4. Energia e Atmosfera

Nesta categoria, seu principal objetivo é incentivar a otimização e redução do uso da energia pelos edifícios.

Certificações LEED:



Para isso, existem diversas estratégias que podem ser adotadas, como fontes renováveis por meio de aquecedores solares; ou até mesmo adotar grandes áreas envidraçadas ao invés de paredes comuns, para garantir o aproveitamento da luz solar.


    5. Materiais e Recursos

Aqui, os edifícios mais pontuados serão aqueles que se preocuparem com a redução da energia incorporada e outros impactos associados à extração, processamento, transporte, manutenção e eliminação ou reutilização dos materiais de construção.


Como exemplo, uma das práticas mais adotadas em diversos edifícios é a criação de um espaço exclusivamente dedicado para o armazenamento dos resíduos comuns e recicláveis.


    6. Qualidade do Ambiente Interno

Essa categoria pontua os edifícios que se preocuparam em criar ambientes internos visando proporcionar uma boa qualidade do ar e conforto térmico, visual e acústico.


Algumas das melhores práticas que podem ser adotadas para garantir uma boa pontuação nesta categoria são: decorar o ambiente com plantas; presença de espaços com vista externa e luz solar; proibir o fumo no interior e nas áreas próximas à entrada; e manter o controle da ventilação.


    7. Inovação

Por fim, a categoria de inovação e prioridade regional pontua edifícios que usarem estratégias de design sustentáveis por meio de novas tecnologias, que contribuirão para garantir um melhor desempenho de todo o edifício.


Qual a importância da Certificação LEED?


A certificação LEED possui diversas tipologias e categorias minuciosamente avaliadas para premiar um edifício com seu selo. Mesmo com tantos critérios, cada vez mais temos visto aumentar o número de imóveis que buscam conquistar essa certificação. Sabe por quê?


Essa certificação é extremamente importante para incentivar a construção de edifícios que prezem pela sustentabilidade, com estratégias que contribuam para o meio ambiente como a redução de água, energia e recursos.


Com uma crescente adesão de edifícios com essa certificação, todo o setor de construção civil será beneficiado, uma vez que também terão uma redução de custos em sua construção e manutenção.


Mas além disso, existem outros pontos fundamentais que justificam a importância dessa certificação. São eles:


●Proporcionam menor custo de operação e manutenção do edifício, o que consequentemente aumenta a produtividade e retenção dos funcionários, além de também atrair uma maior quantidade de inquilinos;

● Utilizam materiais com componentes que causam menor prejuízo para o meio ambiente e para a saúde da população;

● Se preocupam em criar melhores e maiores espaços internos para os inquilinos, gerando maior conforto e qualidade de vida;

● Representa, do ponto de vista social, um edifício que se preocupa com a conscientização, segurança e saúde dos trabalhadores e inquilinos, garantindo uma maior satisfação e bem estar de todos.


Não há como negar que essa certificação traz diversos benefícios não só para os donos do edifícios, mas principalmente para seus ocupantes, tanto os funcionários quanto os próprios inquilinos.


Por isso, vamos descobrir o que é necessário para se obter essa certificação.


Como obter a Certificação LEED?


Para obter a certificação LEED, existe um passo a passo bem específico que todo edifício deve seguir. Veja:


● Registrar o projeto

● Reunir e submeter toda a documentação

● Análise e confirmação dos pré-requisitos

● Certificação

Certificação LEED

O primeiro passo a ser tomado é registrar o projeto na USGBC, organização não governamental responsável por conceder essa certificação no Brasil. Criada em 2007, ela surgiu com o objetivo de auxiliar no desenvolvimento da indústria da construção civil sustentável no país.


Essa etapa é muito simples, e pode ser feita rapidamente por meio da plataforma oficial do LEED. Para isso, é necessário reunir todos os documentos e informações gerais do empreendimento, que serão requisitadas no momento do registro.


Uma vez que o material for enviado, a organização irá analisar os dados e confirmar se o empreendimento cumpre com todos os pré-requisitos da certificação. Aqui, será avaliado a qual tipologia o edifício se enquadra, e se cumpre com todas as categorias existentes.


Ao final, a USGBC irá divulgar a nota total do edifício e o nível de certificação obtido. Caso não concorde com o resultado, o empreendedor pode recorrer à decisão e pedir por uma nova avaliação mediante o pagamento de uma taxa.


Existem quatro níveis de classificação conforme o número de pontos acumulados, sendo 40 o mínimo necessário para se obter a certificação, e o máximo de 110. São eles:


Certificado: entre 40 e 49 pontos;

Prata: entre 50 e 59 pontos:

Ouro: entre 60 e 79 pontos:

Platina: 80 pontos ou mais.


Existe algum custo?

A resposta é sim.


Para obter esta certificação pela USGBC, existem algumas taxas exigidas em dólar que devem ser pagas no momento da inscrição. Seus valores, contudo, irão variar conforme a necessidade de cada edifício.


O custo para o registro do projeto, por exemplo, pode variar de U$ 900 a U$ 1.200. Já o valor para a análise do projeto, por sua vez, é calculado por metro quadrado, e pode variar de U$ 900 a U$ 1.200 dependendo do tamanho do espaço a ser construído.


Portanto, é importante se informar sobre os valores exigidos para cada etapa do processo dessa certificação, para que você não seja surpreendido com nenhum custo extraordinário.


Conclusão


A certificação LEED vem revolucionando o setor de construção civil no país. Conquistar seu selo traz vantagens não só para seus empreendedores e os inquilinos, mas principalmente para o meio ambiente e, consequentemente, a qualidade de vida de toda população.


Por isso, neste texto explicamos tudo o que você precisa saber sobre essa certificação, assim como todas as categorias avaliadas e como registrar seu edifício para que conquiste este selo tão importante para incentivar um modelo de construção mais sustentável no país.


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