Um dos esportes mais populares do Brasil ganhou agora título de esporte olímpico nas Olimpíadas de Tokyo 2020 e a modalidade ganhou ainda mais adeptos.  O esporte é praticado principalmente entre os jovens, em especial nos grandes centros brasileiros. E na cidade de São Paulo não poderia ser diferente.  Neste artigo, vamos contar um pouco sobre como e onde o esporte surgiu, como chegou ao Brasil e à cidade de São Paulo e, principalmente, onde você pode encontrar uma boa pista de Skate em São Paulo.

Surgimento  

A prática do skate surgiu entre as décadas de 1950 e 1960 no estado da Califórnia, nos Estados Unidos, onde havia muitos praticantes do surfe, esporte típico de cidades de praia.  

O objetivo da criação do skate foi arrumar uma alternativa pra continuar praticando os elementos do surfe quando o mar não estava pra onda.   

Assim que surgiu, inclusive, o esporte era chamado sidewalk surfing, algo como surf de calçada. Logo, tomou conta dos EUA.   

E, claro, rapidamente o esporte deixou de ser praticado apenas pelos surfistas, mas se popularizou também nas cidades onde não havia mar e a prática do surfe, propriamente, era impossível de acontecer, por conta da localização geográfica.  

Pouco tempo depois, sob influência de revistas de fora do país, os jovens surfistas brasileiros também começaram a praticar o “surfinho”.  

Este foi o nome que a prática ganhou assim que chegou ao Brasil e os praticantes usavam uma espécie de prancha de madeira com rodinha de borracha ou metal.   

Segundo a Confederação Brasileira de skate, alguns dos primeiros praticantes da modalidade no Brasil se concentravam na pracinha do Skate no bairro do Sumaré, Zona Oeste de São Paulo.  

A partir daí, o skate se popularizou no Brasil e até Rayssa Leal fazer história nas Olimpíadas de 2020, nomes como Sérgio Fortunato de Paula, no fim da década de 70, Bob Burnquist, Luan de Oliveira, Sandro Dias e, mais recentemente, Letícia Bufoni colecionam títulos conquistados mundo afora.   

Dados sobre o esporte no país  

Segundo dados da Confederação Brasileira de Skate, a última pesquisa Datafolha sobre o esporte foi realizada em 2015 e além disso, apontava a região Sudeste como a que tinha maior quantidade de skatistas: pelo menos 14% dos domicílios pesquisados tinham um praticante.  

A média brasileira é de 11% e a região Nordeste apresentou o menor percentual do Brasil: 7% dos lares possuíam um praticante do skate.  

Em números totais, conforme a pesquisa, a estimativa era de 8,4 milhões de praticantes em todo o país, estando 41% dos praticantes concentrados nas regiões metropolitanas dos estados brasileiros.  

Faixa etária e gênero dos praticantes  

Quanto aos skatistas com 16 anos ou mais, o número deu um salto de 5% para 10% no total de pessoas que praticam o esporte, entre 2009 e 2015. Esta taxa atualmente deve ser bem superior.  

Jovens de 11 a 15 anos são quase 40% do total de skatistas do país. A média de idade dos praticantes é de 15 anos. Destes, segundo a pesquisa, 81% são homens e 19% mulheres. A média de idade mais baixa está no Nordeste, onde a média é de 10 anos de idade.  

É no Nordeste onde há a menor presença de mulheres praticantes do esporte, isto é, 15% apenas. As regiões Norte e Centro/Oeste possuem a maior quantidade de skatistas do sexo feminino, atingindo 27%, quase um terço do total de praticantes.  

Classe social  

A maior parte dos praticantes em números totais, conforme a pesquisa, pertencem à Classe C, que teve um crescimento considerável no total de participantes, saindo de 33% em 2009 para 48% do total no país, em 2015.  

Contudo, levando em conta a divisão social e econômica da população brasileira, a maior parte dos praticantes ainda estão concentrados nas classes A e B. Levando em conta que a população das classes A e B é menor no país, eles ainda são 44% dos skatistas no Brasil.  

Este perfil muda um pouco na região Nordeste do país, onde quase 60% dos praticantes pertence à classe C.  

Do esporte ao “lifestyle” 

Desde a chegada do “surfinho” ao Brasil até o momento atual, a prática tornou-se um “lifestyle” e não apenas um esporte. Os praticantes têm seu próprio modo de falar, interagir, vestir e manifestar.  

Para muitos, assim como o grafite e outras manifestações culturais, tornou-se uma forma de lutar contra preconceitos e se expressar de forma livre pela cidade, já que o skate pode ser praticado em quase todos os lugares da cidade. Este, aliás, é um desafio dos skatistas.   

Muitos dos skatistas, inclusive, gostam de frequentar os “picos”, onde não há necessariamente pistas próprias para a prática, mas os elementos da arquitetura urbana servem de obstáculos para a prática de manobras no skate.  

Melhores pistas e “picos” gratuitos em São Paulo   

Atualmente, há dezenas de pistas e “picos” para a prática de skate distribuídas pela cidade de São Paulo, que hoje é o lugar onde certamente há a maior concentração de praticantes da modalidade no país.  

Vários portais e revistas especializados procuraram e listaram diversos locais considerados os melhores ou preferidos dos skatistas paulistanos para a prática.  

Aqui, trouxemos alguns desses locais, pistas, praças e parques onde os praticantes do esporte se concentram na capital. Nem todos são locais criados especificamente para a prática do esporte, mas são muito utilizados pelos praticantes. 

Pista Vans Skatepark 

Tem 830 m² de área, bem como paredes que chegam a até 3 metros de altura,  excelentes para praticar a modalidade park. Como obstáculos, os skatistas têm transfers, corrimãos e bordas. A pista tem padrão de qualidade internacionalmente reconhecido. 

Parque Zilda Natel  

O lugar também é conhecido pelos skatistas como Pista da Sumaré. Com mais de 2 mil m² de área, o espaço tem obstáculos da modalidade street, como rampas, escadas, bem como corrimãos, além de half pipe, banks, funbox, savana e bowl

Praça da Sé 

A grande escadaria da entrada da catedral sempre foi um pico desafiador para os skatistas. Em 1978 a praça recebeu a famosa pirâmide, que sempre aparece em revistas e vídeos de skate. Além disso a praça tem muitas bordas e escadarias de diversos tamanhos, com estreitas faixas de chão liso, muito boas para desafiar os skatistas. 

Praça Roosevelt 

Depois de muita disputa entre skatistas que nunca deixaram de utilizar o local e moradores da região, em 2014 a praça ganhou espaço exclusivo para o skate, isto é, com obstáculos adaptados para a prática. Escadarias, corrimãos, gaps, bancos, bordas de diversas alturas, e muitas opções novamente fazem da Praça Roosevelt um dos principais picos de skate do Brasil. 

Avenida paulista 

A avenida mais famosa do Brasil, maior cartão postal de São Paulo, é também um grande parque de diversões para os skatistas. Com lisas calçadas de 10 m de largura dos dois lados da avenida, o skate está presente por toda a via. Muitas pessoas que trabalham na região aderiram ao skate como meio de transporte, sem contar os skatistas que se concentram em locais específicos da avenida com obstáculos naturais “legalizados” para a prática. Além disso, avenida é fechada para carros aos domingos, das 9h às 17h, o que permite andar de skate em picos que antes eram impossíveis, devido ao trânsito. 

Parque da independência  

Para os que adoram o downhill, é obrigatório descer a ladeira na parte de baixo do Parque da Independência. Apesar de não ter pista, ela virou um pico dos skatistas da cidade. A construção de uma pista de skate no local está prevista pela Prefeitura. 

Centro de esportes radicais 

O Centro de Esportes Radicais tem uma mini pista de skate em formato de U, banks, bowl com inclinação de quase 90 graus e um Skate Park com rampas e escadarias. O espaço tem 38 mil m² e conta com outras atrações para quem curte pakour, BMX, ginástica, caminhada.

Parque da juventude 

O Parque da Juventude tem uma pista ideal para quem está começando a praticar skate, contando com uma área exclusiva para essas pessoas. Já os mais experientes podem praticar as modalidades street e vertical. É lá também que está localizada a Pista do Chorão, em homenagem ao sempre lembrado vocalista da banda Charlie Brown Jr.  

Skate park da Mooca 

A elaboração do projeto, bem como o acompanhamento na construção deste espaço teve a participação de skatistas profissionais da região. A área de street e o bowl são alguns dos lugares mais divertidos para se andar de skate na cidade. Além de possuir alguns dos obstáculos mais atuais é a pista que conta com a melhor sombra, proporcionada pelas enormes árvores do antigo clube onde o pico foi construído. 

Pista de Skate da Chácara do Jockey 

Inaugurada em 2016, a pista de skate tem uma área de street completa, bem como um belo bowl espalhados por um espaço de 1,4 mil metros quadrados. O local já recebeu importantes competições profissionais, como o Vans Waffle Series e o Oi Stu Qualifying Series. As pessoas conhecem a pista pela qualidade dos obstáculos e pela boa estrutura do parque, que inclui também campos de futebol. 

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