O centro de SP tem um monte de prédio vazio porque os proprietários são gananciosos e especuladores, certo?


Err...sinto informar, mas não é tão simples assim. 

Com mais de 200 prédios mapeados à venda e tendo negociado pelo menos 50, a gente sabe bem como funciona essa parte. 


Primeiro e mais importante – assim como o centro é diverso, os proprietários também são singulares e não dá pra colocar todos os casos em uma caixinha única.


Existem pelo menos 6 perfis que já conseguimos mapear e vou te contar um pouco mais de cada um deles


HOOOOOOLLLD


Esse é o clássico! 


O ativo desvalorizou um montão....

mas se eu não vender, não perco dinheiro...ha! 


E aí o dito cujo fica gastando todo mês um pouquinho pra pagar IPTU e outras contas das áreas vagas....


ou não gasta nada e o prédio vai cada vez mais caindo aos pedaços....


Sabe essa história de que imóvel sempre valoriza? 


Balela....se você não cuidar, não investir em manutenção o valor cai...


se vc der sorte, cai só o preço...


se der azar quem cai é o prédio mesmo e além do prejuízo ainda leva um monte de processinho....


CONDOMÍNIO = ZOOLOGICO


Esse é o meu preferido! kkkrying

O dono do prédio topa vender o ativo! 


Oba! 


O projeto fica lindo. 


Yeeey!


Final feliz e todos viveram felizes para sempre? 


Erghhh... Não....


porque existe uma loja no térreo. 


Apesar do projeto interferir única e exclusivamente no edifício comercial, a lei diz que em caso de condomínio a aprovação tem que ser unânime. 


E o dono dessa loja pode ser um babaca.


ele não aparece na assembleia. 


Seja porque ele acha que “não é problema meu” ou quer “conver$ar mai$”. 


Aí o projeto não pode ser aprovado na prefeitura e não sai do papel... mais um prédio que continua vazio.



A GRANDE FAMÍLIA


Não é só na sua família que tem o tio do pavê e nas festas de final de ano o pessoal se acaba nas indiretas irônicas e cutucadas ácidas. 


Toda a família é assim


Agora imagina que além de se ver no natal, 3 gerações familiares, incluindo os primos de terceiro grau e uma infinidade de cunhados precisam concordar em como cuidar e gerenciar um prédio. 


Muitas vezes, sem ninguém ter efetivamente experiência com isso. 


Caos. 


Caos e Caos.


Se o pessoal não consegue nem chegar ao consenso se coloca ou não uva passa no arroz, imagina tomar decisões que podem envolver um montão de $$! 


O que já vimos acontecer:


ÚLTIMA BOLACHA DO PACOTE: 


O primo que tem 1% do prédio, mas acha que ele é um unicórnio encantado, quer vender por um valor fora da realidade, e os outros 99% que topam vender pelo  valor proposto não conseguem sair do lugar.


BERTINAZZI VS MEZZENGA (referência pros tiozões):

 

Um lado sempre acha que o outro lado da família faz menos e tem certeza que o outro lado está em dívida. Vivem em pé de guerra.


Uma oferta justa nunca funciona, porque um lado sempre acha que merece um pouco mais que o outro.


CACHORRO C/ MUITO DONO MORRE DE FOME:


Família gigantesca, que cada um tem tão pouquinho pra receber que ninguém quer se dar ao trabalho de correr atrás de documentação, regularização, reforma e etc.


Resumindo: Tá fácil, né?


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