Convivendo em isolamento


Segundo o Ministério da Saúde, o Coronavírus é uma grande família de vírus, com várias espécies que causam desde sintomas leves até graves que podem levar à morte.


Estes vírus eram mais comuns em animais, mas em 2002, sofreram sua primeira mutação que causou uma morte em um ser humano: a Síndrome Respiratória Aguda Grave, ou S.A.R.S-CoV.


Mas afinal, este é o mesmo vírus que estamos enfrentando atualmente?


Na verdade, o surto que estamos enfrentando foi causado por um novo agente dessa família, o 2019-nCov. Inicialmente identificada em Wuhan, na China, sua disseminação foi extremamente alta ao longo deste ano no mundo inteiro, causando sua principal doença: a Covid-19, denominada SARS-CoV-2.


Isso ocorreu principalmente por suas formas de transmissão, que pode ocorrer de uma pessoa doente para outra por contato próximo, ou nas seguintes situações:


● Toque ou aperto de mãos contaminadas;

● Gotículas de saliva;

● Espirro;

● Tosse;

● Objetos ou superfícies contaminadas, como celulares, mesas, talheres, brinquedos, etc.


Quais os sintomas?



Convivendo em isolamento

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, os principais sintomas da Covid-19 são: tosse; febre; coriza; dor de garganta; dificuldade para respirar; perda de olfato; alteração no paladar; cansaço; diminuição no apetite; falta de ar e náuseas.


O grande problema ao olhar essa lista de sintomas é que eles podem ser muito facilmente confundidos com outros problemas de saúde, como um resfriado com uma Síndrome Gripal.


Além disso, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 80% das pessoas infectadas podem ser assintomáticas.


Por isso, a recomendação dos órgãos oficiais é sempre buscar uma avaliação médica na presença de qualquer um desses sintomas. Na consulta, será detectado qual o agente infeccioso e o tratamento adequado.


É uma doença extremamente perigosa, o que fez com que o isolamento social fosse adotado no mundo inteiro como medida preventiva contra a doença, até que uma vacina fosse desenvolvida.


Durante estes meses, o convívio dentro de casa se tornou uma das principais dificuldades enfrentadas por muitas pessoas, obrigadas a passar o dia inteiro com seus familiares, seus hábitos e diferenças.


Vamos entender mais sobre isso a seguir.


Quais os principais desafios de se viver em isolamento?


Convivendo em isolamento

Desde que o país entrou no isolamento social em março de 2020, o convívio mais próximo com nossos familiares fez com que os problemas que antes eram ignorados ou facilmente resolvidos, ganhassem maiores proporções, gerando estresse, brigas e desentendimentos.


Seja por pequenas “manias” como deixar a luz acesa sem ninguém no cômodo, louça acumulada na pia, ou pertences espalhados pela casa, os principais desafios de se viver em isolamento são encontrar a melhor forma de encarar e lidar com essas diferenças, que antes até mesmo podiam passar despercebidas.


Afinal, as principais consequências dessas mudanças afetaram a saúde das pessoas, as deixando sobrecarregadas e vulneráveis a reações exacerbadas que variam entre nervosismo, impaciência e intolerância, por exemplo.


"Manter o equilíbrio em situações de muito estresse emocional depende dos recursos psíquicos que cada um possui e da criação de um ambiente harmônico e cuidadoso dentro de casa", afirmou a psicanalista Isabel Cristina Gomes, em entrevista ao UOL.


Na mesma entrevista, a especialista conta que é natural que haja este sentimento de ansiedade nos lares durante este período de isolamento, pois vivenciamentos o desaparecimento de muitas “certezas” que faziam parte de nossas vidas.


Por ser um momento que "desperta angústias fortes e primitivas dentro de nós", a psicanalista conta que o primeiro passo para melhorar a convivência neste isolamento e reduzir as desavenças é aceitar as diferenças dos outros.


Em teoria pode ser algo simples, mas para muitos pode ser algo difícil de ser colocado em prática. Mas não se preocupe, pois separamos algumas dicas que irão ajudá-los a melhorar a convivência dentro de casa.


Mas antes disso, vamos entender um pouco mais sobre este novo contexto no qual estamos vivendo.


Epidemia da solidão: o que é?


Convivendo em isolamento


Uma das formas de combater a disseminação da pandemia do COVID19 foi a instituição de lockdowns. Além de causar dificuldades econômicas pela desaceleração da economia, o lockdown também tem impacto relevante na saúde mental da população, que tem dificuldade em viver com o distanciamento social.


Mas muito antes de se falar em COVID, pesquisadores já tinham indicado que a solidão estava, de forma crescente, trazendo efeitos adversos para a população e já tinham criado o termo “epidemia da solidão”.


Mas o que é a solidão?


Segundo Stephanie Cacioppo, diretora do Laboratório de Dinâmica Cerebral da Escola de Medicina Pritzker, da Universidade de Chicago (EUA), a solidão pode ser definida como “a discrepância entre o que você deseja dos seus relacionamentos e o que, de fato você tem”, afirmou em entrevista ao Mundo RH.


Em complemento, a cientista sênior da Universidade de Chicago, Louise Hawkley, explica que todas as pessoas possuem uma necessidade de aceitação e de serem incorporadas e conectadas em uma rede social, e quando isso não ocorre, podemos sentir consequências sérias para nossa saúde física e mental.


Em outras palavras, a solidão é um sentimento de não pertencimento, quando as pessoas se sentem incapazes de criar vínculos ou se identificar com os outros, gerando problemas de relacionamentos e conexão.


De acordo com as especialistas, este é um sentimento complexo que pode se manifestar em qualquer idade, o que fez com que fosse objeto de diversas pesquisas de cientistas ao redor do mundo para que pudessem entender melhor suas causas e consequências em nossa sociedade.


No Reino Unido por exemplo, o relatório da Jo Cox Comission on Loneliness divulgado em 2018, 9 milhões de britânicos se declaravam solitários, de uma população total de 65,6 milhões. Na época, a ex primeira-ministra Theresa May chegou a descrever a situação como uma “triste realidade da vida moderna, que atinge as pessoas de todas as idades”.


Este fenômeno foi visto em diversos países nos últimos anos. De acordo com pesquisas oficiais feitas por cada região, a porcentagem de pessoas que se sentiam solitárias foram as seguintes: 7% na Europa (o equivalente a 30 milhões de pessoas); 27,6% na Austrália; 23% no Canadá e 28% na China.


Essas pesquisas fizeram com que muitos especialistas caracterizassem o cenário no qual estamos vivendo como se fosse uma “epidemia de solidão”. Afinal, a necessidade do isolamento social para conter a pandemia fez com que a quantidade de pessoas que se sentem solitárias crescesse em diversos países, acelerando o “contágio” desta epidemia e, consequentemente, trazendo consequências como problemas de saúde e, inclusive, para a convivência com amigos e familiares.


Como exemplo, alguns dos sintomas mais comuns que a solidão pode causar são dificuldades para dormir e se sentir mais estressado. Isso pode prejudicar não só sua saúde, como também afetar o modo como ela lidará com as outras pessoas com as quais convive em sua casa ou até mesmo em suas relações de trabalho.


Por isso, é importante encontrar soluções de lidar com esta situação da melhor forma possível, amenizando os problemas que podem decorrer desta pandemia e gerando um melhor ambiente de convivência para todos.


Separamos algumas dicas especiais que podem te ajudar nisso. Confira o próximo tópico!


Como melhorar a convivência na quarentena?


Convivendo em isolamento

A convivência na quarentena é um período de grandes dificuldades para muitas pessoas, mas é possível torná-la agradável e reduzir os desgastes de brigas e estresse entre os familiares por meio de alguns hábitos diários.


Todos precisam estar dispostos a contribuir para tornar criar um clima leve e agradável dentro de casa. Para conquistar isso, veja algumas dicas valiosas que podem contribuir:


● Respeite a privacidade de cada um;

● Tenha momentos de diversão individualmente e em família;

● Crie uma rotina;

● Divida as tarefas domésticas;

● Exercite a tolerância;

● Tenha calma nos momentos de desentendimentos.


Para ajudá-los, vamos explicar cada um desses itens abaixo. Vamos lá!


Respeite a privacidade de cada um


Convivendo em isolamento


Respeitar a privacidade de cada membro dentro de casa é o primeiro passo para diminuir as desavenças e brigas de seu lar. Afinal, não é porque vocês estão obrigados a estarem 100% do tempo no mesmo ambiente, que precisam estar juntos a todo momento.


Todos devem ter seu espaço e seu momento de privacidade, seja para desempenhar alguma obrigação como trabalho ou estudo, ou simplesmente para ter um tempo de lazer e realizar algum hobby como ler, assistir uma série ou jogar videogame.


Dê esse espaço para seus familiares passarem algumas horas sozinhos. Isso ajudará para que eles consigam cumprir com suas obrigações, relaxar e desestressar, evitando brigas desnecessárias.


Tenha momentos de diversão individualmente e em família

Por mais que estejamos em um período de isolamento, isso não significa que temos que levar este conceito literalmente na prática.


Já que estamos dentro de casa 24 horas por dia, por que não separar algum tempo do nosso dia para nos divertir?


Seja individualmente como citamos no tópico acima ou junto com nossa família, criar momentos de descontração e lazer são ótimos para alegrar o clima de casa, ajudando a encontrar formas de dar risada e conversar.


Mesmo que existem grandes diferenças de idades e gostos, como tendo crianças e idosos em casa por exemplo, existem diversas opções de jogos que podem agradar todos os gostos, como por exemplo:


● Jogos de tabuleiro;

● Filmes e séries;

● Cozinhar em grupo;

● Video Games.


Crie uma rotina


Convivendo em isolamento


Todos nós tínhamos uma rotina completamente diferente antes da pandemia, e com a chegada do Coronavírus, nosso dia a dia mudou completamente.


"Um dos primeiros efeitos da quarentena é a desorientação atencional. A pessoa se sente mais confusa, menos concentrada, muito mais cansada. Ela pensa que vai trabalhar em casa e vai conseguir descansar, mas não é isso que acontece. Porque uma série de apaziguadores que nós temos no trabalho, como a pausa para o cafezinho ou a conversa com o colega, são suspensos", aponta o psicanalista Christian Ingo Lenz Dunker em entrevista ao UOL.


Segundo o especialista, reestabelecer uma nova rotina em meio a este novo cenário pode contribuir e muito para nossa saúde mental, e principalmente para a convivência com os membros de sua família.


Em outras palavras, criar hábitos diários ajuda a diminuir o estresse e a gerenciar a ansiedade neste tempo de tantas incertezas, podendo até mesmo contribuir para se sentir mais focado e produtivo em suas tarefas.


Mas como isso pode ser feito na prática?


Estabeleça ações como ter horários definidos para acordar, comer, trabalhar e se dedicar às atividades de lazer, por exemplo. Ter um cronograma também ajudará a ter uma maior sensação de controle sobre seu dia e responsabilidades, aliviando a ansiedade e, consequentemente, o estresse dentro de casa.


Um ótimo exemplo que com certeza irá ajudar nesta tarefa é criar um espaço exclusivo em sua casa para que você possa trabalhar. O home office já é a realidade de muitos profissionais, e para que consigam se concentrar, precisam trabalhar em um espaço onde se sintam à vontade e, principalmente, não tenham distrações nem interrupções como barulhos.


Divida as tarefas domésticas


Convivendo em isolamento



A sobrecarga das tarefas domésticas é um dos maiores motivos de discussões dentro de casa, especialmente durante esta pandemia. Afinal, como estamos o tempo todo em nossos lares, a quantidade de sujeira, louça para lavar e bagunça aumentou, e manter a ordem se tornou uma tarefa ainda maior.


Por isso, é importante dividir as tarefas domésticas para que ninguém se sinta sobrecarregado e consiga manter a casa em ordem.


Separe de acordo com as preferências ou disponibilidade de cada um. Além disso, defina dias e horários livres para que essas tarefas sejam feitas de forma que também não interfiram durante o expediente de trabalho de alguém.


Dessa forma, seu lar permanecerá limpo e em ordem, com a contribuição de todos.


Exercite a tolerância


Convivendo em isolamento


Por mais que todos em casa adotem todas as práticas acima, é normal que em algum dia uma pessoa esteja se sentindo mais estressada e acabe brigando com alguém.


Seja por problemas no trabalho, preocupações, ou por simplesmente não estarmos em um dia bom, seja compreensivo com o outro e tente relevar algumas situações para evitar brigas ou climas desnecessários.


Mas principalmente, caso você esteja passando por um dia ruim, busque ser claro com seus familiares sobre o que você está sentindo. Seja franco e direto, e procure não descontar sua raiva ou frustrações nos outros.


Este é um exercício de tolerância constante, mas que com certeza irá ajudar a manter uma boa relação com todos durante este período.


Tenha calma nos momentos de desentendimentos




Esta dica funciona como complemento ao tópico anterior: em todo momento de desentendimento, é importante tentar manter a calma ao máximo para lidar com eles de forma equilibrada.


A melhor forma de resolver estes momentos é por meio do diálogo. Tente entender o motivo dele estar agindo daquela determinada forma, e principalmente o jeito que você está lidando com a situação.


Isso fará toda a diferença para a resolução do problema e, principalmente, para evitar possíveis discussões futuras. Por isso, sempre busque manter a calma nos desentendimentos, e converse sem agressividade para resolvê-los.


Conclusão


Manter uma boa convivência durante este período de isolamento não é fácil. Fomos obrigados a readaptar nossas rotinas e a lidar com uma realidade completamente diferente, repleta de imprevistos.


Para ajudá-los neste cenário, neste texto demos as melhores dicas das ações que podem ser adotadas dentro de casa que irão contribuir para alegrar o clima e, principalmente, para proporcionar um bom relacionamento com todos os seus familiares.


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