Dois novos esportes estão agora na lista das competições olímpicas: o skate e o break. O primeiro, estreou nas Olimpíadas de Tóquio 2020 (realizada em 2021 devido à pandemia da Covid-19). Além disso, o break vai estrear nas Olimpíadas de Paris 2024.  

As duas modalidades não surgiram no Brasil, mas o país tem nomes de referência mundial nos dois esportes. Na estreia olímpica, inclusive, a “fadinha” Rayssa Leal, de apenas 13 anos, levou a medalha de prata no skate.  

Skate 

Vamos começar falando dessa modalidade tão popular entre os jovens, em especial nos grandes centros brasileiros. Em São Paulo, não poderia ser diferente.  

A prática do skate surgiu entre as décadas de 1950 e 1960 no estado da Califórnia, isto é, nos Estados Unidos, onde havia muitos praticantes do surfe.  

O objetivo da criação do skate foi arrumar uma alternativa pra continuar praticando os elementos do surfe quando o mar não estava pra onda.  

Assim que surgiu, inclusive, o esporte era chamado sidewalk surfing, algo como surf de calçada. Logo, tomou conta dos EUA.  

Pouco tempo depois, sob influência de revistas de forma, os jovens surfistas brasileiros também começaram a praticar o “sufinho”. Sim, o esporte foi chamado assim quando chegou ao Brasil e os praticantes usavam uma espécie de prancha de madeira com rodinha de borracha ou metal.  

Segundo a Confederação Brasileira de Skate, alguns dos primeiros praticantes da modalidade no Brasil se concentravam na pracinha do Skate no bairro do Sumaré, Zona Oeste de São Paulo. 

A partir daí, o skate se popularizou no Brasil e até Rayssa Leal fazer história nas Olimpíadas de 2020, nomes como Sérgio Fortunato de Paula, no fim da década de 70, Bob Burnquist, Luan de Oliveira, Sandro Dias e, mais recentemente, Letícia Bufoni colecionam títulos conquistados mundo afora.  

Skate e Break: o Skate em São Paulo 

Skate no Anhangabaú - Foto: Filippo Mancuso/TV Globo

Segundo dados da Confederação Brasileira de Skate, a última pesquisa Datafolha sobre o esporte foi realizada em 2015 e apontava a região Sudeste como a que tinha maior quantidade de skatistas: pelo menos 14% dos domicílios pesquisados tinham um praticante. A média brasileira é de 11%.  

Desde a chegada do “surfinho” ao Brasil até o momento atual, a prática tornou-se um “lifestyle” e não apenas um esporte. Os praticantes têm seu próprio modo de falar, interagir, vestir e manifestar. 

Para muitos, tornou-se uma forma de lutar contra preconceitos e se expressar de forma livre pela cidade, já que o skate pode ser praticamente em quase todos os lugares da cidade. Este, aliás, é um desafio dos skatistas.  

Atualmente, há dezenas de pistas para a prática de skate distribuídas pela cidade de São Paulo, que hoje é o lugar onde certamente há a maior concentração de praticantes da modalidade no país. No Centro da capital, três locais se destacam e concentram a “cena” do skate paulistano.  

Uma delas fica na Praça Roosevelt, onde os skatistas acreditam que poderia haver mais obstáculos para a prática do esporte. Há ainda a pista da Praça Zilda Natel, na Avenida Dr. Arnaldo, 1250.  

Na região, há também o Centro de Esportes Radicais, na altura 5700 da Avenida Presidente Castelo Branco. Esta é considerada uma das melhores pistas da cidade, com vários espaços para treino e muitos obstáculos.  

Breakdance, break ou breaking  

Mais um, agora esporte Olímpico, que surgiu da “necessidade”. O breakdance, também conhecido como “dança de rua”, tem suas origens com diversas influências. Os relatos partem de dois pontos, ambos na década de 70 nos Estados Unidos.  

Uma parte, entre as populações negras e latinas de Nova Iorque, que adotaram a dança no lugar das brigas nas disputas por territórios de alguns bairros.  

Em vez de violência entre as gangues de rua, os break-boys, bem como as break-girls (também conhecidos como b-boys ou b-girls) começaram a competir entre quem fazia os passos de dança mais incríveis ao som do hip hop e rap. 

Outro lado da história cita o surgimento da dança de rua em Los Angeles, na mesma época, com influência do funk americano, com o nome de “Loking”. O nome, que significa “trancar” ou “travar” indicam o modo como os movimentos da dança eram feitos. Rápidos e com paradas bruscas.  

Ainda no início da década de 80, o break chegou ao Brasil e tomou conta das ruas das grandes cidades. Logo no início, nas ruas de São Paulo, ganhou influência da capoeira nos movimentos da dança, deixando tudo com o toque brasileiro.  

Aliás, muitos acreditam que o break e a capoeira possam ter uma raiz de surgimento em comum. Isto é, como consequência da influência de negros escravizados forçados a saírem da África para o Brasil e para os Estados Unidos.  

Enquanto no Brasil a capoeira permaneceu mais como uma luta e um esporte, nos EUA essa influência parece ter dado origem à dança de rua. Contudo, posteriormente, ambos acabaram se fundindo.  

Skate e Break: O Break em São Paulo

Estima-se, conforme a Confederação Brasileira de Breaking, que São Paulo tenha sido o berço do break no Brasil. O pernambucano Nelson Triunfo, como era conhecido, chegou em São Paulo no fim da década de 70 com os primeiros movimentos do breakdance com sua equipe Funk & Cia.   

Foi em 1983 que as ruas do Centro de São Paulo, mais especificamente na esquina da 24 de Maio com a Dom José de Barros, viram os primeiros passos do break no Brasil. Daí em diante, a dança/esporte se espalhou por todo o país.  

Atualmente, o país tem nomes como Bart, Neguin, bem como Pelezinho que já se destacaram na cena inclusive mundial com o break.  

Em 2019, aliás, a cidade recebeu o maior campeonato de breakdance do mundo, o Red Bull BC One, que contou com participantes de diversos países na competição.  

Atualmente, há na capital paulista diversos grupos, profissionais ou amadores, que praticam o breakdance. Seja em clubes, salões de dança ou onde a prática, atualmente esporte olímpico, surgiu: as ruas da cidade.

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