Aqui na Citas, buscamos desenvolver um projeto social que tenha moradia como ponto central A gente acredita (de verdade) que a moradia é determinante para, não só a qualidade de vida de um indivíduo, mas também pode ter um impacto direto em saúde física e mental.

E se moradia de qualidade é tão importante, deveria ser para todos.

Obviamente existem moradias caras e baratas. Grandes e pequenas. Para vários bolsos e salários. Para vários tipos de unidade familiar.

Quando começamos a desenvolver nosso projeto no centro, a pergunta mais importante sempre foi: 

Quais os requisitos mínimos para uma moradia de qualidade? 

Honestamente, não temos ainda uma resposta 100% definitiva. São muitos os pequenos critérios que podem ou não transformar uma casa em uma boa moradia, mas sempre tivemos uma certeza: a nossa moradia de qualidade tem que ser acessível e inclusiva. Tem que ser real e possível – não um sonho de capa de revista ou palacete de novela símbolo de status. É o desejo de criar esse produto que fez surgir a Citas. E provavelmente este é o motivo que a parceria que fizemos com ao International Finance Corportation (IFC), ainda em 2020, faz tanto sentido.

A Situação de Refúgio no Brasil

A circulação de pessoas no mundo é um fato histórico. Antes, principalmente pela disponibilidade de recursos em sociedades coletoras e nômades; hoje por mazelas sociais, políticas e econômicas; sobretudo guerras e perseguições. 

Analisando os dados históricos de acolhimento de refugiados no Brasil, fica claro que, apesar de não ser um movimento novo, vem aumentando sua relevância nos últimos tempos. Apenas como exemplo, 84% de todas as solicitações de refúgio feitas diretamente a PolíciaPolicia Federal na última foram feitas no período de 2017 a 2020. Atualmente, os cinco países com maior número de refugiados são a Síria, Venezuela, HAITI e Cuba.

Em pesquisa recente, o brasileiro se mostrou, em geral, aberto a receber imigrantes. Foi identificado que 8 em cada 10 pessoas apoiam o acolhimento de estrangeiros nesse tipo de situação. Apesar disso, o país ainda recebe pouquíssimos refugiados.

Barreiras Enfrentadas

Ao longo da vida, os brasileiros passam por algumas etapas da vivência em sociedade, que apesar de burocráticas, elas já são bastante conhecidas. Para um estrangeiro, alguns itens que nos parecem em geral banais, podem significar barreiras imensas. Alguns deles são:

1. Língua
2. Acesso à educação pública
3. Moradia
4. Validação de diplomas
5. Abertura de Negócio

Nossos objetivos com este Projeto Social

Pensando nos desafios enfrentados pelos refugiados e nossa experiência com o mercado imobiliário, direcionamos nossos esforços para repensar moradia e que vão de encontro a alguns dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável:

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Procuramos buscar respostas complexas para um problema complexo. O objetivo do programa é criar uma solução replicável e que possa atingir diversas famílias e grupos no futuro. Importante lembrar que o projeto, apesar de abordar problemas históricos que afetam a população dos grandes centros urbanos, não é assistencialista.  

O nosso projeto não tem viés assistencialista. A ideia não se limita a cobrar menos ou falar de aluguel subsidiado. Essa seria uma resposta simplista para um problema complexo e que não seria replicável. 

O projeto visa, também,  repensar formas e produtos. Por enquanto temos mais perguntas que respostas:

De que forma eu consigo fazer com que essa pessoa possa morar nesse lugar?

Como realizo a análise de crédito de uma pessoa que não têm contrato formal de trabalho, nem histórico de crédito no SERASA?

Quais garantias de locação eu posso pedir, de forma que essa pessoa possa morar e ao mesmo tempo eu tenha segurança irei receber?

Eu consigo, de alguma forma, oferecer outras coisas acessórias que possam aumentar a integração dessa pessoa na sociedade?

O fato dela estar morando no centro pode aumentar a sua empregabilidade, e como consequência melhorar a renda disponível para pagamento de aluguel, virando um círculo virtuoso?

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Certificação EDGE

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Também faz parte deste projeto social a certificação EDGE dos dois ativos.

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Diferente das outras certificações do mercado, o selo EDGE leva em consideração o consumo de agua e luz que a edificação terá no longo prazo, além de eficiência de uso e reuso de materiais ao longo da obra. O selo foi desenvolvido pensando em contextos sociais de países em desenvolvimento e por isso tem critérios muito racionais e aderentes a projetos sociais.

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Os Ciclos do projeto social

E como nós pretendemos responder essas perguntas? Imaginar, testar, mensurar.

Os primeiros prédios participantes do programa devem ficar prontos em 12 meses. Esse é o prazo que temos para propor as primeiras ideias. Temos conosco grupos muito qualificados que já trabalham com estas populações há algum tempo e eles estão nos guiando com dados e realidades que desconhecemos por completo. Além da IFC, temos o suporte da Acnur, Compassiva.

É baseado no nosso profundo entendimento do mercado tradicional imobiliário com os inputs destas organizações sobre a realidade da população de refugiados que estamos a muitas mãos construindo isso juntos.

Os prédios já estão escolhidos! Inicialmente teremos unidades no R497. As unidades específicas ainda vão ser selecionadas e pretendemos casar o perfil dos moradores e suas necessidades com as tipologias disponíveis. Família grande com filhos não ocupa o mesmo espaço que jovens solteiros, por exemplo.

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Temos os próximos meses para desenhar este novo processo de locação e selecionar o primeiro grupo de moradores. Depois, pretendemos acompanhá-los por pelo menos 6 meses para mensurar o impacto que a nova moradia criou, assim como traçar estatísticas a respeito de inadimplência, atraso de pagamentos e outras preocupações financeiras que em geral deixam os proprietários de imóveis mais receosos para aceitar este tipo de locação

Divulgar, Divulgar, Divulgar!

O último passo e mais importante é divulgar os resultados. É preciso que os dados do experimento sejam amplamente divulgados. Nosso trabalho só será considerado de sucesso se com ele conseguirmos incentivar outros proprietários a seguirem pelo mesmo caminho e abrir mais oportunidades para os refugiados. Preconceito e ignorância só podem ser combatidos com informação, clareza e transparência, além, é claro, de muito respeito com o próximo.

Próximos Passos do projeto social

Estamos ainda no início dessa jornada, mas vamos contando as novidades por aqui – quase como um diário de bordo desta experiência tão rica. Não deixe de acompanhar!