Arquitetura Brasileira no Centro de São Paulo – Prédios Icónicos de 1940 – 1960
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Aqui no blog da Citas, já fizemos um post sobre a arquitetura brasileira no centro de São Paulo entre os anos 1900 a 1930 para mostrar a você como essa região é cheia de história e beleza.
Agora, estamos de volta para te explicar mais sobre as construções da região criadas nas décadas de 1940 a 1960 e os arquitetos responsáveis por elas.
Então, se você gosta de arquitetura, história e, é claro, do centro de SP, continue lendo nosso artigo para descobrir mais locais e profissionais marcantes para essa região!
E antes da falar de arquitetura, se você se pergunta porque, mesmo sendo um bairro maravilhoso, ainda existe tanto imóvel vazio no centro, temos um resumão aqui
Estilos arquitetônicos dos anos 1940 a 1960
Para entender melhor e admirar os prédios dessas décadas, é bacana conhecer os estilos que eram usados na época. Um dos mais utilizados pelos arquitetos brasileiros entre 1940 e 1960 era o art déco.
Ele surgiu na França e seu nome é uma abreviação de “arts décoratifs” (artes decorativas) em referência à Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas que ocorreu em Paris, em 1925.
Algumas de suas principais características são: repetição de elementos, simetria, linhas geométricas e combinação de materiais. O Edifício Altino Arantes (Prédio do Banespa), o Banco de São Paulo e o Viaduto do Chá são grandes exemplos de construções em art déco no centro de São Paulo.
Outro estilo usado na época era o modernista, que rompia com as tradições para criar obras originais. Entre suas principais características estão a simplicidade, as formas geométricas, a integração de ambientes e o uso de vidro, aço e concreto reforçado.
Alguns exemplos de prédios modernistas no centro de SP feitos entre 1940 e 1960 são o Edifício Barão de Iguape e o Copan.
Principais arquitetos da época
Agora, saiba mais sobre 5 dos principais arquitetos da época que fizeram belas obras no centro de SP:
Plínio Botelho do Amaral
Plínio Botelho do Amaral (1904-1993) nasceu em São Carlos e se formou em engenharia na Mackenzie em São Paulo, onde fez obras importantes para a arquitetura e para a cidade.
Seu projeto mais famoso é o Edifício Altino Arantes, de 1947, que é conhecido como Prédio do Banespa ou Farol Santander e fica localizado no centro de São Paulo. Amaral se inspirou no Empire State de Nova York para fazer esse prédio e por algum tempo ele foi o maior da cidade.
Em 2021, ele é o terceiro maior e um grande representante do art déco em São Paulo. Após Plínio fazer o projeto, este ainda passou por uma adaptação da construtora Camargo & Mesquita.
Rino Levi
Rino di Menotti Levi (1901 – 1965) foi um paulistano que estudou arquitetura na Escola Superior de Arquitetura de Roma e, em sua volta para o Brasil, se tornou um grande representante do estilo modernista no país.
No centro de São Paulo, dois de seus maiores projetos modernistas entre as décadas de 1940 a 1960 foram o edifício do Hotel Excelsior e Cine Ipiranga, e o Edifício Concordia. Ambos são tombados pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat).
Outras criações importantes de Levi no centro de SP foram o Edifício Columbus (demolido em 1971), o Cine Art-Palácio e a sede do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), sendo que a última foi realizada por uma equipe grande de arquitetos.
Oscar Niemeyer
Oscar Niemeyer (1907-2012) é um arquiteto que não precisa de muitas apresentações, não é mesmo? O profissional carioca, que se formou na Escola Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro, é um dos brasileiros mais conhecidos ao redor do mundo.
No centro de São Paulo, ele projetou diversos prédios modernistas que embelezam a cidade até hoje. Na década de 1950, ele inaugurou seu primeiro prédio em São Paulo: o Edifício Montreal, que é uma construção residencial marcada pelos painéis de Di Cavalcanti em sua entrada e o uso de brises.
Além dele, Nieyemer também projetou a Galeria Califórnia, o Edifício Eiffel e o Triângulo, que tem esse nome justamente pelo seu formato. O Copan, que é um cartão postal de São Paulo, é mais uma criação do arquiteto no centro da cidade.
O profissional ainda tem outras obras importantes espalhadas por São Paulo, como o Parque Ibirapuera, o Sambódromo do Anhembi e o Memorial da América Latina.
Álvaro Vital Brazil
Mais um arquiteto brasileiro importante da época formado na Escola Nacional de Belas Artes foi Álvaro Vital Brazil (1909 – 1997). O paulistano também era engenheiro e fez edificações importantes para o país em vários Estados.
No centro de São Paulo, seu principal projeto foi o Edifício Esther, criado para a Usina de Açúcar Esther Ltda. utilizar como um prédio comercial, residencial e de escritórios. Apesar de ter sido inaugurado em 1938, antes da década de 1940, ele tem estilo modernista.
Outros trabalhos importantes de Álvaro Vital Brazil foram o Banco da Lavoura de Minas Gerais em Belo Horizonte, o Edifício Sede do Jockey Clube Brasileiro no Rio de Janeiro e o Instituto Vital Brazil também na capital fluminense.
Uma curiosidade: Álvaro Vital Brazil era filho do médico Vital Brazil Mineiro da Campanha, conhecido mundialmente por ter criado o soro antiofídico.
João Artacho Jurado
João Artacho Jurado (1907 – 1987) foi um dos arquitetos mais polêmicos dos anos 1940 a 1960. Ele dividia opiniões, porque não era formado em arquitetura e pelo estilo de seus projetos.
Estes eram cheios de cores, itens de decoração e misturavam vários estilos, como o art déco, nouveau, moderno e clássico. Seus prédios residenciais foram inovadores por fornecerem áreas de lazer, piscinas e coberturas.
No centro de São Paulo, no fim da década de 1950, o arquiteto e empresário paulistano foi responsável pelo projeto do Edifício Bretagne. Este é um prédio residencial em “L” com piscina, salão de festas, playground e até jardim no terraço. Ou seja, super diferente do que era feito na época.
Outros projetos memoráveis do profissional no centro de São Paulo são o Edifício Piauí, Viadutos, Cinderela e o Parque das Acácias (hoje chamado de APRACS).
As obras desse período deixam ainda mais claro como o centro de São Paulo é um local rico e relevante não só para a cidade, mas para a história da arquitetura e de todo o país.
Então, agora que você conhece mais sobre a arquitetura dessa região, que tal ver outras vantagens de morar no centro de São Paulo?